segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Os outros ...



É super fácil aceitar as diferenças.
A não ser pelo fato que é super difícil.

Não acha absurdo que as pessoas sejam diferentes de você? Eu acho. Sei que pode parecebr egoísta, intolerante e até meio burro, mas o que eu posso fazer?? Toda hora me vejo assombrada com o fato dos outros não pensarem como eu.
Se estou na fila de um restaurante por quilo por exemplo, eu dou uma xeretada no prato do cara do lado, e logo penso: Não pode ser! Não acredito que esse sujeito pegou uma colher cheia de vagens e passou reto pelo tomate. Quase tenho o impulso de dizer: Meu! Cê ta doido? Tomate é muito melhor que vagem! Vagem é péssimo. Faça o favor de voltar pra fila e refazer o seu prato!
No supermercado é a mesma coisa. Quando vejo alguém pegar uma garrafa de Campari, tenho que me segurar. Não conheço ninguém que goste dessa incompreensível bebida e acho que se conhecesse, olharia desconfiado. (Ok, ok ... já imagino que posso receber inúmeros e-mails de Marinas, Amandas, Fabianas, Ricardos dizendo que sou uma cretina, que eles A-DO-RAM Campari! Que na turma, na rua, na balada e na cidade deles muita gente bebe Campari e eu é que sou uma desinformada e deveria pesquisar antes de escrever certas coisas ... Ta legal. Eu aceito o argumento. Mas que eu não entendo, eu não entendo mesmo!
Outra coisa que me assusta, porém me causa uma certa admiração, são as pessoas que guardam cupons. Nunca ganhei aquela pizza de muçarela (antes q vc fale, é assim mesmo que se escreve, ta?!) ou calabresa grátis por ter juntado dez papeizinhos. Nunca juntei tampinhas ou palitos de sorvete nem nada desses pequenos objetos que, depois, podem ser trocados por um brinde na padaria da esquina.
De todos os estranhamentos diante da diferença alheia, no entanto, o mais intenso que já senti, é visitar outra casa da minha vizinhança. Ver um espaço idêntico ao meu ser aproveitado de forma tão ridícula e tão distinta da minha. Penso: Como é que a vizinha não entende que a mesa de jantar tem que ficar ali, e a televisão é no outro canto ...
Toda vez que eu sou assaltado por esses calfrios egoístas eu respiro fundo, tento ser budisticamente tolerante e lembrar que, como já dizia Confúcio, Platão ou Nietszche (não me lembro agora): "Cada um é cada um, e vai da pessoa". Mas não é fácil. Às vezes aparece cada um que é tão cada um e o que vai da pessoa é tão da pessoa que quase não me contenho. Tenho medo de um dia destes, virar o prato de um incauto e faminto cidadão de volta na bandeja do quilo, arrancar a Pepsi da mão de uma Patrícia, e pior, na calada da noite, invadir a casa da vizinha pra redecorar o ambiente. Ta achando que eu sou doida??? Pra você ver como é difícil aceitar as diferenças ...

Um comentário:

  1. kkkkk [roleiDri]
    muiito bom, bem, vc n precisa invadir a casa da vizinha na calada da noite, mas pode dar uma dica pra ela dizendo que desse jeito fica mais bonito e aproveita mais o espaço[/nãoseisepodedarcerto]
    e eu concordo em relação as vajens e tomates e campari, apesar de que meu pai, meus tios e um monte de gente q eu conheço bebe
    mesmo assim bm acho q n é bom
    mas é a vida
    somos diferentes igual a todo mundo né!? (y)

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